A evolução da Web3: Tokenização, Ethereum, Metaverso e Mais!
Mapeando como a Web3 evoluiu junto com o crescimento do ecossistema de tokens.
Resumindo… ✍
“Web3” se refere a uma versão descentralizada da Internet que suporta todos os tipos de poderosas aplicações baseadas em tokens.
A Web3 tem como objetivo oferecer melhorias notáveis em relação à era de Big Tech da Web2, mas tem enfrentado críticas.
Se for bem-sucedida, a Web3 poderá ter um impacto significativo em nossa sociedade nas próximas décadas.
As criptomoedas acabaram criando todo um vocabulário que nem todo mundo entende. Um dos termos mais recentes é "Web3", que descreve uma versão descentralizada da Internet que funciona inteiramente com blockchains e tecnologia de criptomoeda.
Embora blockchains como Bitcoin e Ethereum eram mais frequentemente usadas para a troca de valor pela net nos primeiros anos, recentemente a visão que os entusiastas de cripto têm para a Web3 começou a se tornar realidade.
Neste guia, explicamos direitinho o conceito de Web3 e conceitos relacionados. Acompanhe!
A história da Internet 🌐
Para entender a essência da Web3, vale a pena rever a história da Internet, e as épocas que ficaram conhecidas como Web1 e Web2.
Considera-se o dia 1 de janeiro de 1983 como a data de nascimento da Internet, quando o Protocolo de Controle de Transmissão/Protocolo de Rede (TCP/IP) foi inicialmente estabelecido como método de comunicação entre computadores.
Alguns anos depois, em 1989, Sir Tim Berners-Lee inventou a World Wide Web, que proporcionou um meio para que as pessoas pudessem publicar informações on-line e criar seus próprios sites.
Nos primeiros anos, a web era usada para navegar por sites que continham menus de hipertexto, JPEGs e arquivos de MP3, além de mecanismos de busca como Yahoo e sites de compras como Amazon ou eBay. Essa era ficou conhecida como Web1.
Após a popularidade de fóruns de discussão e grupos similares, a Internet passou a abrigar meios que permitiam que os usuários se comunicassem e compartilhassem seu próprio conteúdo. Conhecidas como "redes sociais", alguns exemplos iniciais de plataformas famosas de usuários são o MSN e MySpace.
A chegada da banda larga habilitou o crescimento de conteúdo em vídeo, em plataformas como YouTube. Foi aí que também apareceu o Facebook, que por volta de 2020 contava com 3 bilhões de usuários. A chegada das redes sociais marcou o início da era Web2.
Em 2009, Satoshi Nakamoto lançou o protocolo do Bitcoin visando estabelecer um "sistema financeiro peer-to-peer" executado pela Internet. Desde os primórdios, com a comunidade Cypherpunk, o Bitcoin tem sido um grande sucesso. Hoje em dia, cerca de 150 milhões de usuários estão na rede Bitcoin, e sua proposta de valor passou está mais próxima da ideia de um "ouro digital", ou seja, um ativo bom para se ter no portfólio que pode ter uma tendência de valorização no longo prazo.
Embora a narrativa de armazenamento de valor tenha sido o principal atrativo do Bitcoin, isso também enfatizou suas limitações de utilidade. Conforme Bitcoin foi ganhando força, a chegada de blockchains de contratos inteligentes como a Ethereum abriu novas possibilidades para os usos da blockchain de modo geral.
O ecossistema da Ethereum já inclui uma série de aplicações financeiras descentralizadas, além de jogos e um badalado movimento artístico. Este ecossistema forma o que chamamos de Web3.
A chegada das Big Techs 📱
Durante a era Web2, um pequeno grupo de empresas começou a dominar fatias significativas da Internet. A expansão das redes sociais e da Internet abriu caminho para a enorme explosão do que se convencionou chamar de gigantes "Big Tech". Companhias chamadas de FAANG (Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google) ganharam mais e mais poder conforme atraíam mais usuários, mas isso também trouxe diversos problemas.
Mais e mais usuários enchiam as redes sociais para que pudessem se comunicar, sem saber que se tornavam as próprias mercadorias, já que aplicativos como Facebook monetizavam seus serviços através de anúncios.
O número de usuários do Facebook por todo o mundo fez com que os dados mantidos pela rede se tornassem muito valiosos para outras companhias. Em casos como o escândalo da Cambridge-Analytica em 2018, ficou demonstrado que usuários do Facebook haviam sido sujeitados à exploração dos seus dados para fins políticos. Acredita-se que a empresa tenha chegado a influenciar as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.
As redes sociais se tornaram muito populares na última década. Porém, com a alta quantidade de tráfego concentrada nas FAANG, somado ao controle de distribuição de conteúdo dessas plataformas por meio de algoritmos opacos, os usuários acabam ficando sem total conhecimento ou controle das regras impostas pelas Big Techs.
Outra limitação da Web2 é o monopólio de poucas empresas, que acabam ganhando lucros exorbitantes.
Os usuários criam todo o conteúdo que sustenta plataformas como Facebook, mas quase nunca vêem qualquer contrapartida por isso, já que não existe uma plataforma aberta que permita o compartilhamento do seu trabalho. Empresas pagam ao Facebook para correr seus anúncios, mas a plataforma não paga os usuários que os vêm. O YouTube, que pertence ao Google, recebe de anunciantes, mas paga um valor minúsculo para quem sobe o conteúdo que traz os grandes números de visualizações (e os espectadores não ganham nada).
O crescimento da Web2 fez com que tivéssemos uma grande abundância de conteúdo, mas também mais descartável, o que significa que apenas uma pequena parcela de criadores consegue monetizar seu trabalho.
Como os tokens podem ajudar nisso? 🤔
A Web3 procura consertar os problemas da Web2 ao aproveitar o poder da tecnologia blockchain, como a tecnologia de contratos inteligentes trazida pela rede Ethereum, por exemplo. A Web3 é vista como uma versão descentralizada da Internet, onde gigantes como Facebook e Google não acumulam todo o poder.
Mas, afinal, o que é Ethereum?
Lançada em 2015 por Vitalik Buterin e outros desenvolvedores, a Ethereum se destaca por permitir aos usuários escreverem códigos que controlam transações digitais, possibilitando a execução de programas complexos, conhecidos como contratos inteligentes, de forma segura e sem a necessidade de intermediários.
A moeda nativa da plataforma Ethereum, o Ether (ETH), é utilizada para compensar os participantes da rede pelo processamento de transações e serviços computacionais.
A Ethereum também introduziu o conceito de tokens não fungíveis (NFTs) e desempenha um papel crucial nos ecossistemas das finanças descentralizadas (DeFi) e dos jogos em blockchain.
A capacidade da Ethereum de criar e executar dApps (aplicativos descentralizados) em uma rede controlada pelos seus usuários trouxe inovações significativas para a área de blockchain, ampliando seu uso além das transações puramente financeiras.
A blockchain da Ethereum não exige permissão ou intermediários, criando o que se chama de "neutralidade com credibilidade". Em outras palavras, você não precisa de um intermediário ou de qualquer permissão para usá-la e ninguém detém o controle da rede em si.
As criptomoedas começaram como uma maneira descentralizada de trocar valor pela Internet, mas a Ethereum se tornou centro de todo um novo ecossistema de atividades.
Até o momento, o movimento cripto levou à descentralização financeira, replicando algumas atividades tradicionais como empréstimos, só que pela blockchain. As finanças descentralizadas, ou DeFi, já estão mudando o mundo financeiro, criando um sistema mais aberto e inclusivo sem os intermediários tradicionais, que excluem determinadas pessoas através de seus próprios parâmetros.
Não à toa, as buscas por termos como cotação de Ethereum hoje ou conversão da Ethereum para real disparam progressivamente conforme o termo Web3 se populariza.
No mundo cripto, um dos principais acontecimentos foi a explosão dos NFTs. Ao permitir que criadores criassem tokens na blockchain para representar sua arte digital, música ou vídeo, os NFTs ajudam os criadores a monetizar seu trabalho e se conectar com seus fãs por toda a blockchain. Eles ganharam palco e atraíram a atenção de muitos músicos e artistas em 2021, iniciando uma nova fase na "economia de criadores".
Muitos dos entusiastas de cripto acreditam piamente no poder das organizações autônomas descentralizadas (ou DAOs) de fundamentalmente mudar a forma como os seres humanos se coordenam entre si e interagem pela Internet. As DAOs são comunidades que governam a si mesmas através de regras acopladas em contratos inteligentes. Até o momento, foram estabelecidas DAOs para a aquisição de artes cripto, uma cópia da Constituição dos Estados Unidos e até mesmo a franquia da Blockbuster. Mas quem acredita em criptomoedas, Bitcoin e Ethereum pensa que um dia as DAOs poderão chegar a substituir os modelos de trabalho tradicionais em todo o mundo.
As redes sociais descentralizadas ainda não decolaram de verdade, mas redes como a Ethereum podem ajudar no crescimento das DAOs comunitárias e novas plataformas sociais. Vitalik Buterin, cofundador da Ethereum, já falou sobre como a rede pretende expandir além das DeFi para que possa ser utilizada dessa forma.
A economia de tokens 🌌
A visão completa da Web3 ainda não é uma realidade, mas o surgimento das DeFi, NFTs e DAOs demonstram o quanto uma versão descentralizada da Internet pode ser promissora. Algumas pessoas comparam a Web3 de hoje em dia com os primórdios da própria Internet, antes da entrada das Big Techs. Embora cada nicho ocupe diferentes cantos do universo cripto, é comum que eles tenham intersecções e semelhanças.
As DeFi, NFTs e DAOs já começaram a formar a base do que seria uma economia baseada em tokens, na qual usuários coletam recompensas por sua participação. Usuários do sistema financeiro descentralizado podem ganhar tokens em troca de atividades como prestação de serviços de mineração de liquidez. Criadores de NFTs podem criar seus próprios tokens únicos e vendê-los; os contratos inteligentes para NFT também podem ser programados para acumular rendimentos de vendas secundárias. Enquanto isso, as DAOs regem diversos protocolos e seus tokens, dando aos usuários poder de voto em decisões cruciais sobre o futuro da aplicação.
Embora a economia de tokens ainda esteja em seu começo, ela pode ser tão transformadora para a sociedade quanto foi a Internet de modo geral. Isso se deve ao fato que a Web3 pode substituir os poderes centralizadores da Web2, além de criar novas maneiras para que os usuários possam obter seus próprios rendimentos: com tokenização e redes como a Ethereum no centro desta transformação.
A Web3 e o Metaverso 🎮
Web3 costuma ser um termo intercambiável com o "Metaverso", uma noção abstrata que se refere a uma rede de mundos virtuais que permite que usuários criem suas próprias identidades, se conectem e joguem com outras pessoas pela Internet.
Muita gente crê que o Metaverso possa vir a substituir as redes sociais de hoje em dia, tornando-se mais e mais presente no nosso cotidiano do mundo físico real. Criptos são uma parte fundamental do Metaverso, já que possibilitam o ganho de valor através de atividades como jogos. NFTs também são cruciais no Metaverso, pois dão aos usuários uma forma de possuir artigos digitais únicos, como acessórios e bens dentro dos jogos. Alguns projetos de cripto focados no Metaverso, como Decentraland e Axie Infinity, ganharam bastante popularidade nos últimos anos.
Os NFTs atuaram como a principal porta de entrada da adoção da cultura cripto desde 2021. O Metaverso deverá crescer rapidamente conforme chegam mais usuários e vemos mais possibilidades de uso. Até agora, a arte digital tem sido o principal uso para os NFTs, mas em breve milhões de pessoas usarão a tecnologia para jogar, ganhar tokens e muito mais.
Críticas à Web3 👎
A Web3 é alvo de ocasionais críticas de personalidades como Jack Dorsey, antigo CEO do Twitter e conhecido pelo seu entusiasmo pelo Bitcoin. Isso se deve muito ao seu envolvimento em firmas de capital de risco como a Andreessen Horowitz. Estas firmas chegaram a investir 30 bilhões de dólares em projetos de cripto e Web3 em 2021, e a quantidade de capital adentrando este espaço bateu recordes.
Críticos como Dorsey argumentam que estes investidores são "proprietários" da Web3 e detêm poder sobre o espaço. E, embora muitos defensores da Web3 tenham torcido o nariz para estes comentários, principalmente devido às oportunidades que o espaço traz para o usuário comum, eles não estão totalmente fora da realidade: a Andreessen Horowitz, por exemplo, exerce grande influência no regimento da Uniswap, já que detém uma enorme parcela dos tokens UNI.
Além disso, no espaço das finanças descentralizadas, a quantidade de fraudes milionárias demonstrou os riscos apresentados pelo uso da tecnologia das criptomoedas. As blockchains também possuem um registro público de toda transação, o que faz com que usuários se preocupem com questões de privacidade. Estas são questões que devem ser tratadas, e é possível que venham a ser encontradas soluções no futuro.
Últimas reflexões 🧠
Não há dúvidas de que a Internet é uma das invenções mais revolucionárias do mundo. Ao permitir a transmissão global de informações e conteúdo, a Web1 e Web2 criaram uma forma para que seres humanos se conectem, comuniquem e compartilhem ideias de uma maneira que nunca tinha sido possível anteriormente.
Mas, se a Web3 cumprir com suas promessas, ela pode gerar uma transformação tão significativa como a Internet em si. Além da troca de informações e conteúdo, os usuários poderão trocar valor na forma de tokens, indo além da Ethereum, Bitcoin e abrindo cada vez mais possibilidades.
No mundo sonhado pelos entusiastas da Web3, a Internet não será controlada por um pequeno número de empresas extraindo lucro dos seus usuários. Em vez disso, os próprios usuários formarão comunidades ganhando por seu uso e pelo valor que criam.
A Web3 ainda está no comecinho, mas os desenvolvimentos em áreas como as DeFi, NFTs e DAO comprovam que há motivo para acreditar na descentralização e nas suas possibilidades ilimitadas.
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